Foto de duas igrejas de Minas Gerais
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Como foi a viagem de carro para as cidades históricas de Minas Gerais

Faz tempo que eu quero fazer um relato aqui no meu blog de algumas viagens que faço. Primeiro para manter viva a memória recente de todas as experiências e também porque muita gente me pergunta onde eu fiquei e o que seria legal fazer. Então ai vai:

Decidimos em família o destino das férias de julho de 2023: Cidades históricas de Minas Gerais. Diferente da viagem do ano passado (que ainda vai virar um post aqui) o planejamento não foi tão detalhado, principalmente com atividades e itinerários.  Preferimos “manter a meta aberta para depois dobrar a meta”.

Os destinos principais eram Tiradentes e Ouro Preto. Como o retorno para SP é longo e viajo com um adolescente pensei em adicionar um destino fora do circuito do ouro e mais voltado para curiosidades atuais. Então na volta ainda faríamos uma parada em Varginha.

A preparação

captura de tela do google maps com todo o percurso feito desde são paulo até as cidades históricasComo essa seria uma viagem feita com o nosso próprio carro eu já sabia que seria uma viagem longa. De São Paulo até Tiradentes são aproximadamente seis horas de viagem e depois mais umas três horas para Ouro Preto. Antes de viajar gosto de fazer a revisão básica de freios, filtros e fluídos do carro e verificar se a etiqueta de pedágio é aceita fora do estado de SP (tudo certo).

Saimos de São Paulo as 6:00 da manhã, para evitar o trânsito e o rodízio de placas da cidade. Seguimos pela Rodovia Fernão Dias (BR 382) sentido Belo Horizonte até a saída 688, próxima a cidade de Lavras. A Fernão Dias é uma rodovia duplicada, cheia de caminhões mas mais segura. Tem bastante buracos mas está passando por recapeamento (vários trechos estão em obras). Já a Rodovia Paulo Menicucci /  Miguel Batista  (BR 265) é cheia de caminhões, mão única e bem esburacada. Rodar os 105 quilometros entre Larvas e Tiradentes leva aproximadamente duas horas de muito cuidado com buracos e ultrapassagens perigosas.

Na ida fui me guiando pelo Waze, que dá anúncios com as notificações dos usuários. Porém na volta o Waze queria que eu desse uma volta de mais de 40 km, passando por Divinópolis. Decidi usar o Google Maps e foi uma boa surpresa. Mostrou pontos congestionados e sugeriu um caminho melhor que o Waze. Já dentro das cidades ambos funcionam bem.

Primeira parada: Tiradentes

Viemos direto a Tiradentes para passar três noites na cidade. Optamos por uma acomodação perto do centro. Encontramos a maravilhosa Cama & Café Tiradentes, uma pousada que era da família do Pedro, que administra o local e é extremamente atencioso (dá dicas de passeio, sugestões e está sempre preocupado com o conforto dos hóspedes). Ficamos em um quarto para três pessoas de 60m² que tinha varanda e rede. Mas apesar do belo quarto o destaque fica para o café da manhã, com um iogurte natural feito pela mãe do Pedro. Imperdível (dá para reservar pelo site deles e pelo Booking).

Pela cidade optamos por um almoço no Bar do Celso, um ambinete simples e de comida mineira boa e com preço justo. Em outro dia fomos ao Sabor Rural que fica fora da cidade, tem um ambiente mais rústico (e uma caipirinha na chaleira delicosa) e é um pouco mais caro. Também comemos no Sapore D’ Itália, um restaurante italiano bem gostoso.

A cidade é muito legal e dá para fazer tudo a pé (principalmente devido a localização de onde estavamos hospedados). Visitamos a Igreja Matriz de Santo Antônio, a terceira igreja com mais ouro do Brasil e onde os pais de Tiradentes foram batizados. A entrada na igreja é paga e só aceitam PIX ou dinheiro. Isso se repete muito durante a viagem. Também conhecemos o chafariz da cidade e outros pontos históricos. Tudo a pé.

No dia seguinte pegamos um passeio chamado “lendas da vila“, um passeio noturno que conta a história da cidade e as lendas de fantasmas e assombrações. Fizemos com a agência “Uai Sô Turismo” com o guia Carvalho, que dá uma aula de conhecimento sobre a cidade. Ele conta com muito bom humor as histórias e as lendas da cidade.

Segunda parada: Resende Costa

O Pedro, lá da pousada, nos deu a dica de visitar a cidade vizinha que é famosa pela rua cheia de lojas de artesanato. A dica foi certeira pois tudo lá é muito mais barato do que em Tiradentes e nas outras cidades. Comprei um suporte de copos feito em pedra sabão por R$ 29,00 que em Tiradentes estava custando R$ 90,00. Aqui já aceitam cartão de crédito.

Terceira parada: São João Del Rei

É a cidade vizinha a Tiradentes e de grande importância para a região. Pegamos um guia na Igreja São Francisco de Assis (onde fica o túmulo de Tancredo Neves) que nos levou por todos os pontos históricos da cidade, passando por várias igrejas importantes e locais famosos. O Ronaldo tem mais de 30 anos como guia turístico da cidade e conhece cada detalhe como a palma da mão.

Fizemos esse trajeto de carro que dá pouco mais de 30 minutos. Desistimos da maria fumaça porque os horários não eram compatíveis com o que gostaríamos de fazer. O percurso de maria fumaça entre Tiradentes e São João Del Rei é famoso e vale a pena fazer.

Quarta parada: Madre de Deus de Minas

Essa é a cidade onde tenho familiares. Não tem muito apelo turístico, mas é uma cidade muito boa.

Quinta parada: Congonhas do Campo

No caminho para Ouro Preto está a cidade de Congonhas do Campo. Famosa pela Igreja São Francisco de Assis, que está rodeada pelos doze apóstolos esculpidos por Aleijadinho, a chegada até a cidade é bem simples. Em uma hora é possível visitar a igreja e conhecer a Via Sacra, uma sequencia de doze casinhas na frente da igreja que contam sobre o calvário de Jesus. Todas essas casinhas tem obras de madeira feitas também por Aleijadinho. Caso queira andar pela cidade, prepare os calçados e as pernas, pois os morros são íngremes  e as ruas são de pedra ou papalelepípedo.

Sexta parada: Mariana

Também passamos rápido por Mariana para conhecer as igrejas Nossa Senhora do Carmo e Igreja São Francisco de Assis, que ficam uma ao lado da outra e são cartões postais da cidade. Como era domingo as pessoas estavam na praça reunidas se divertindo, conversando e comendo nos barzinhos da região.

Tinhamos planos de visitar uma mina abandonada que fica no caminho de Ouro Preto para Mariana. A mina tem um carrinho de trilhos que leva os visitantes ao seu interior, só que o custo é extremamente caro (mais de 200 reais por pessoa no site e no local era 140) e só aceitava pagamento em dinheiro EM ESPÉCIE. Além da falta de flexibilidade a má vontade no atendimento foi mais um motivo para desistir desse passeio (não vou colocar o link deles aqui, só a resenha negativa).

Sétima parada: Ouro Preto

Chegamos em Ouro Preto para passar duas noites. Ficamos na Pousada do Arcanjo, que fica bem pertinho da cidade. O problema é que ele fica em uma ladeira que não dá para todo mundo ir a pé, mas o hotel tem transporte de ida e volta para a praça central. Funciona muito bem.

O hotel é bem legal, mas o destaque fica para o restaurante. Lá comi uma polenta com couve, costelinha e molho de jabuticaba deliciosa. O melhor prato que comi na cidade.

Visitamos o Museu da Inconfidência, que tinha entrada gratuita. A fila era longa mas andou bem rápido. É uma viagem ao tempo, com objetos e roupas da época, mas a parte mais legal é onde estão sepultados os restos mortais dos inconfidentes e um memorial a Tiradentes. Lá tem também pedaços de madeira que seriam da forca que executou Tiradentes e documentos com a sentença proferida aos inconfidentes.

Sobre a cidade, pegamos um guia para nos levar aos principais pontos turísticos, que vão desde igrejas históricas a minas de ouro abandonadas. O passeio é ótimo e precisa ser feito de carro. São muitas ladeiras e os pontos turísticos são bem distantes.

Oitava parada: Varginha

Nessa última parte queria passar por outro tipo de ponto turístico, diferente das igrejas históricas. Na volta para SP paramos em Varginha para almoçar e apresentar os pontos turísticos do ET de Varginha. Visitamos o Memorial do ET, a caixa d’agua e o local onde as meninas avistaram a criatura. Vale pela curiosidade e pela memória afetiva, pois lembro bem dessa história.

Destino Final: São Paulo

Na volta queriamos evitar as estradas ruins que passamos na ida. O pessoal do hotel perguntou se eu queria “voltar rápido ou voltar passeando”. Como queria voltar rápido ele sugeriu ir de Ouro Preto a Belo Horizonte e pegar a Fernão Dias desde lá. Adicionamos quase 100 Km ao retorno que valeram a pena.

Foram mais de 1.600Km rodados e mais de 26 horas sentado no carro dirigindo, mas foi um passeio muito legal. Fiz um mapa do percurso para ter idéia da distância total dessa viagem.